Webinar Senac: ansiedade e depressão

//Webinar Senac: ansiedade e depressão

Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), da ONU, sobre Depressão e Outros Transtornos Mentais Comuns, publicado em meados do ano passado, nos últimos 10 anos, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4%, que corresponde a 322 milhões de indivíduos, ou 4,4% da população da Terra. No Brasil, 5,8% dos habitantes sofrem com essa doença, a maior taxa do continente latino-americano. A faixa etária mais afetada varia entre 55 e 74 anos.

Com esse cenário, o Senac São Paulo organizou sua terceira edição de Webinar com o tema Os Riscos da Ansiedade e da Depressão em Profissionais da Saúde. Participaram dessa ação: Hugo Martinez Moraes, enfermeiro e docente do Senac São Paulo, e o psiquiatra Daniel Barros. A conversa foi baseada na saúde mental em profissionais da saúde, com foco na ansiedade e depressão.

A primeira parte foi voltada para esclarecer o que é transtorno mental: quando a emoção se torna uma doença e problema. “Quando diagnosticar uma tristeza como depressão, ou ansiedade como um caso de transtorno de ansiedade? Existem critérios, sem medidas objetivas. É importante entender dois critérios básicos: quando prejudica a vida pessoal (impactando os relacionamentos afetivos e sociais) e/ou com a perda de controle dessa situação. Algo normal é quando a pessoa está com medo, cansada e/ou ansiosa. Sempre bom buscar um profissional da saúde mesmo não sendo nada. Melhor do que não ir atrás e qualquer médico está apto para dar o diagnóstico inicial”.

Depressão não é sinônimo de tristeza. O que caracteriza essa doença, segundo o psiquiatra, é a sensação de falta de energia. E também: tristeza imensa e contínua. Além desses dois aspectos centrais, o médico explica que a depressão vem acompanhada com outras sensações, como: alterações no apetite, sono, irritabilidade, pessimismo e até esquecimento. “A memória não está com problema, mas a capacidade de concentração está impactada. A pessoa fica dispersa”, exemplifica Daniel Barros.

Em relação a medicamentos, Daniel esclarece a importância dos profissionais da saúde não terem receio de buscar ajuda. Se for diagnosticado depressão, precisa de orientação. “Os antidepressivos não causam dependência. É mito”, reforça.

Outro ponto abordado no Webinar foi a ansiedade. Ela origina vários transtornos. O psiquiatra esclarece que a ansiedade é normal no cotidiano e está no DNA. “Ela nos ajuda a nos proteger de inúmeras situações. Entra na esfera do transtorno, quando atrapalha a vida da pessoa”.

Daniel citou alguns dos transtornos bom base na ansiedade: generalizada, fobia social, agorafobia, síndrome do pânico e de estresse pós-traumático. O caso da generalizada é a pessoa incapaz de relaxar. É comum sentir dor nas costas, ter o sono não repousante. Impacta diretamente na qualidade de vida. Não existe pico de ansiedade, mas não consegue relaxar. Esse quadro caracteriza fator de risco para outras doenças.

A fobia social, por exemplo, pode ser extrema de timidez, um medo muito grande. Às vezes qualquer interação de estímulo social, específico, ou ao contrário. Já agorafobia é o medo de lugares públicos, a pessoa sente medo de passar mal em espaços públicos e costuma vir acompanhada com quadro de síndrome do pânico.

O transtorno de estresse pós-traumático é conhecido pela situação exposta seja violenta, de morte, ou até ver alguém morrendo, tratado de forma interdisciplinar. Já a síndrome do pânico é desregulação biológica e tem relação com o psicológico. Em geral, ocorre em pessoas ansiosas e diante de um estresse maior, ou uma situação tensa ativa o sistema de alerta e desregula, disparando o coração, ou a musculação tensa. Ela sente sensação de que irá morrer. Esses picos duram de cinco a 10 minutos e depois passam e fica o mal-estar no corpo.

Daniel ainda fala sobre síndrome Burnout, que possui relação com o mundo do trabalho. “Não é culpa da empresa nem do funcionário. É uma situação, não é doença. Pode adoecer e tem estudos científicos sobre isso. Nesse caso, a pessoa pode adoecer e desenvolver depressão ou ansiedade. É importante fazer a diferenciação e precisa de atenção e ser tratada. Não adianta ela somente ser afastada do trabalho. Precisa tratar as doenças que vem junto com Bournout”.

Dessa forma, o psiquiatra sugere o tratamento multidisciplinar para esses casos expostos na webinar. Ainda reforça que os profissionais de saúde e outros de diferentes áreas não podem ter medo de buscar ajuda com psicólogo e psiquiatra. Ele ainda comenta que há mais estudos acadêmicos sobre médicos e enfermeiros com essas doenças. Ele não relaciona como profissões com alto desgaste, porque existem diversas com realidades distintas.

Acesse aqui para assistir na íntegra: https://bit.ly/324AtdF

2019-08-22T09:05:57-03:00