A luta é por visibilidade, acesso ao ensino superior, busca de maior representatividade política, interpretação da sociedade brasileira na literatura e na música e sua cultura em slams, rodas de rima e bailes funks. Esse público, em geral, está reunido em coletivos com variados graus de organização e os jovens são os principais protagonistas nas organizações que atuam com temas do movimento negro. Para mostrar essa realidade, em meados de novembro deste ano, o Itaú Social e Observatório de Favelas apresentaram um mapeamento de organizações sociais de e para juventudes negras no Brasil chamado Pesquisa Nacional sobre Organizações de Juventude Negra. Acesse aqui na íntegra: https://goo.gl/2uofb9
O estudo partiu de um mapeamento inicial de 200 entidades do movimento negro, que evidenciou a predominância das ações para jovens. Em seguida, a equipe de pesquisa desenhou um perfil das organizações de juventudes negras, usando como base informações detalhadas fornecidas por 40 Organizações da Sociedade Civil (OSCs), responsáveis por 63 projetos.
As questões abordadas no levantamento foram: ação de jovens para jovens – a juventude é o foco exclusivo das atividades de 70% das instituições pesquisadas, sendo que 92% delas possui jovens de até 29 anos entre seus colaboradores; organizações se concentram nas regiões Nordeste (38%) e Sudeste (30%); os três temas mais prevalentes são arte e cultura, direitos humanos e educação; organizações vivem cenário incerto para sustentabilidade, diante das dificuldades para se financiar e num cenário de crise, ganham espaço soluções colaborativas como as parcerias.
É marcante a presença de jovens em sua composição. Esse dado impacta a formação de campos de movimentação e de territórios de atuação. Contribui ainda para a promoção de diálogos inventivos, engajamentos e encontros com o conjunto dos jovens participantes como beneficiados diretos e indiretos dos projetos originados dos campos particulares de movimentação. 28 das organizações consultadas têm atenção exclusivamente destinada a jovens.
Também aborda sobre a redução de financiamentos públicos nas instituições, inclusive as de trabalhos reconhecidos em seus territórios de atuação e premiados por entidades públicas, tornando-as cada vez mais fragilizadas e na procura de outras formas de captação de recursos e até seu próprio redimensionamento. Dessa forma, o papel de institutos e fundações privadas com seus editais de financiamento para as organizações da sociedade civil ganham destaque.
O estudo também mostra que as principais áreas administrativas com relevante impacto nos custos administrativos revelam, para além dos efeitos esperados na estrutura física e nos serviços (água, energia, limpeza, internet etc.), atividades extremamente importantes para a qualidade do trabalho das organizações: a formação de pessoal e o acompanhamento/avaliação das ações e projetos.
Acesse aqui estudo na íntegra: https://goo.gl/2uofb9