Na última terça-feira (30/07), Julia Tolezano, a youtuber Jout Jout, lançou em seu canal do Youtube ‘O vídeo mais importante deste canal’. A publicação aborda de maneira delicada um assunto necessário, que muitas vezes é silenciado: a violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil.
Para realizar o vídeo, que possui cerca de 40 minutos de duração, Jout Jout passou o mês de fevereiro deste ano em Manaus (AM) acompanhando o trabalho do Instituto de Assistência à Criança e ao Adolescente Santo Antônio (IACAS), uma organização do Terceiro Setor que busca a garantia dos direitos fundamentais de pessoas menores de 18 anos e atua no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.
No vídeo, ela aponta a importância de as crianças e os adolescentes terem acesso à informação e a redes de apoio. Além disso, ela explica as razões históricas da subnotificação desse tipo de violência no Brasil.
Na descrição do vídeo, ela destaca como realizar as denúncias, como, por exemplo, através do Disque 100, do App Proteja Brasil, da Ouvidoria Online e do Mapa do Acolhimento.
Para conversar com as crianças e adolescentes sobre o abuso sexual infantil, ela indica a ferramenta Pipo e Fifi, que explica às crianças a partir de 4 anos conceitos básicos sobre o corpo, sentimentos, convivência e trocas afetivas.
‘O vídeo mais importante deste canal’ é o primeiro de uma série de conteúdos produzidos pela youtuber sobre o tema e que serão divulgados aos poucos em seu canal.
Dados sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil
De acordo com o Boletim Epidemiológico, divulgado pelo Ministério da Saúde em junho do ano passado, entre 2011 e 2017, foram notificados 184.524 casos de violência sexual no Brasil, sendo 58.037 (31,5%) contra crianças e 83.068 (45,0%) contra adolescentes. Isso significa que 76,5% dos casos notificados têm como vítima uma pessoa com menos de 18 anos.
43.034 (74,2%) das crianças que foram vítimas de violência sexual eram do sexo feminino e 14.996 (25,8%) eram do sexo masculino. Do total, 51,2% estavam na faixa etária entre 1 e 5 anos, 45,5% eram da raça/cor da pele negra, e 3,3% possuíam alguma deficiência ou transtorno. Ainda, 69,2% dos abusos ocorreram na residência da vítima e 4,6% ocorreram na escola.