Uma análise do Boston Consulting Group (BCG) revelou que a promoção da igualdade de gênero no empreendedorismo poderia gerar até US$ 5 trilhões anualmente, em nível global. As informações foram publicadas no artigo ‘Want to Boost the Global Economy by $5 Trillion? Support Women as Entrepreneurs’.
Segundo a publicação, se homens e mulheres se envolvessem igualmente na criação de novos negócios, o Produto Mundial Bruto (PMB) poderia apresentar um crescimento de 3% a 6%, o que representaria um incremento de US$ 2,5 a US$ 5 trilhões na economia, por ano.
Os dados se baseiam no número de novos empregos que poderiam ser gerados caso as mulheres tivessem os mesmo incentivos que os homens para empreender.
No entanto, as barreiras enfrentadas por elas são maiores. O estudo mostra que as empresas de mulheres atraem, em média, metade dos investimentos comparadas às organizações fundadas por homens. Os homens conseguem acesso mais amplo a redes que estimulam e orientam o crescimento de seus negócios.
Para chegar aos valores expostos, o BCG analisou indicadores disponibilizados pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e pelo Banco Mundial. Foram utilizados dados de 73 países – entre eles o Brasil –, representando 178 nações de todos os continentes.
A região mais beneficiada seria a Ásia-Pacífico, cuja a economia receberia US$ 1,7 trilhão. A Europa seria a segunda região mais beneficiada, com um ganho de US$ 1,3 trilhão. Na América Latina, o ganho chegaria a US$ 300 bilhões.
O estudo também coletou informações referentes à longevidade das empresas. Foram analisados dados do GEM de 100 países. Na América Latina, por exemplo, empresas fundadas por mulheres têm 11% menos chances de sobreviverem por mais de 3,5 anos, em comparação às fundadas por homens. O índice chega a 50% em regiões do Oriente Médio e no norte do continente africano.
Em todas as regiões foi possível notar que o índice de homens em idade ativa que iniciam novos negócios é de 4% a 6% maior que o de mulheres.
Na contramão da tendência global, Vietnã, México, Indonésia e Filipinas registram mais mulheres que homens lançando startups.
Como solução para essa disparidade, o estudo sugere a criação de redes de apoio para o empreendedorismo feminino, dando como exemplo o projeto da Fundação Cherie Blair para Mulheres, realizado na Nigéria com o objetivo de facilitar o acesso de empresárias a investimentos e capacitação. As empresas participantes do projeto obtiveram um crescimento de 31% em seus lucros.