
Prudence ensina dança típica de seu país e como amarrar turbantes. (crédito da imagem: Ulisses Cabrera da Silva)
20 refugiados e imigrantes de países e trajetórias distintas compartilham saberes e vivências nas Experiências no Airbnb na cidade de São Paulo. Os novos anfitriões foram os escolhidos pelo projeto Raízes na Cidade, criado pelo Airbnb e Migraflux, que pretende conectar esse público com a sociedade brasileira por meio do empreendedorismo. Conheça aqui: https://pt.airbnb.com/b/diadosrefugiados
No início do projeto foram selecionados 50 imigrantes e refugiados em um grupo bem diverso e intergeracional de 20 países diferentes e com mais da metade de mulheres. Entre os meses de março e junho, eles participaram de um curso gratuito de empreendedorismo, com aulas de enfoque cultural, desenvolvimento pessoal e artístico. No final, um evento marcou a seleção das 20 melhores propostas de atividade relacionada com as raízes culturais e histórias de vida.
Márcia Motta, trips market manager do Airbnb, contextualizou sobre o início de compartilhar as vivências dos anfitriões dentro da plataforma no Brasil em novembro de 2016 com experiências no Rio de Janeiro. A partir de junho de 2018 pessoas de todo Brasil estavam oferecendo vivências. A parceria com a Migraflix veio em junho de 2018 em São Paulo e logo em seguida veio essa ideia de abrir essas vivências a refugiados e imigrantes e empoderá-los nesse ambiente.

“O projeto foi uma experiência incrível e pretendemos atrair mais pessoas para gerar renda e caminhos a protagonistas”, afirmou Camila Batista Pinto, da estratégia e inovação do Migraflix. Ela comentou que notaram uma oportunidade de mercado ao apoiar negócios de impacto desse público. Explicou ainda que o curso abrangia: protagonismo e desenvolvimento pessoal, artes cênicas, jogos cooperativos, marketing digital, workshop de fotografia e de vídeo, Facebook e Youtube. Foram oito módulos durante três meses com atividades toda semana. A ideia central foi oferecer ferramentas e desenhar melhor as oficinas interculturais. “Cada um teve um mentor para ajudá-los na confecção dessas experiências. Todos nós crescemos juntos nesse processo”.
O valor 100% das oficinas são destinadas para os refugiados e imigrantes sem desconto de porcentagem da plataforma. Os novos anfitriões são de nove países diferentes: África do Sul, Bolívia, Colômbia, Guiana Inglesa, Haiti, México, República Democrática do Congo, Síria e Venezuela. Eles oferecem atividades de música, artesanato, gastronomia e cultura extremamente legítimas.
Quem são alguns deles?

Yamam Saad, arqueóloga síria, oferece uma visita virtual por Damasco (Síria). A ideia é oferecer comidas típicas, enquanto mostra por vídeo os principais pontos culturais de seu país. Há três anos ela está no Brasil e oferece um almoço durante três horas, com comida, tatuagem, drinks típicos e um vídeo explicando a cidade. Também presenteia com um quadro de caligrafia árabe. A atividade dura cerca de três horas e custa R$ 130.
Manier Sael, graduado em Comunicação Social e do Haiti, mora no bairro de Artur Alvim na zona leste de São Paulo. Há seis anos mora no Brasil e oferece na oficina a tradicional sopa da independência do Haiti. A receita é feita com abóbora, carne marinada de um dia para outro, repolho, alho poró, agrião, cenoura, nabo, leite de coco e pimentão com cravos. A pessoa aprende a preparar esse prato. O valor da atividade sai por R$ 40,00 e aceita até cinco pessoas por grupo.

Prudence Kalambay Libonza, vencedora de dois importantes concursos nacionais de beleza no Congo (1ª Dama Miss Elegance em 200 e Miss Bibile em 2004), oferece oficina de dança e moda africana. No Brasil, ela é atriz, modelo, palestrante e ativista de direitos humanos e youtuber. Mãe de cinco filhos, Prudence conta no encontro de três horas como ela saiu de seu país, ensina uma dança típica da região e a amarrar turbantes africanos. O valor de sua vivência é de R$ 90,00. No máximo podem participar 10 pessoas.
O casal de aposentados venezuelanos Raul e Elvira Escalona oferecem em sua oficina teatroterapia do tabor venezuelano e a história musical afro-venezuelano. Jornalista venezuelano, diretor de teatro, cinema e televisão, Raul conta o contexto do teatro terapêutico e a escravidão em seu país. Eles estão no Brasil há nove meses. Ele ensina ainda a dançar e a companheira dele oferece o doce chamado cafunga de uma receita antiga, que mistura coco com banana. A oficina custa R$ 60,00 e até no máximo 10 pessoas.
Acesse aqui: https://www.airbnb.com.br/b/diadosrefugiados
Fonte: Setor3